sexta-feira

Google prejudica a memória das pessoas mas melhora sua capacidade de encontrar informações, diz estudo.



Estudo publicado no site da revista "Science" prova pelo método científico o que todos já tinham como um truísmo: o Google faz a gente esquecer das coisas. Mas o que surpreendeu os cientistas foi descobrir que a perda da memória tradicional não deixa um vazio, pois as pessoas a estão substituindo pela habilidade de encontrar a informação na internet de forma cada vez mais precisa. Ou seja: o chamado "Efeito Google" está aproximando a mente humana dos algoritmos de computador.

- O uso da internet não implica que estejamos nos tornando menos inteligentes - disse Betsy Sparrow, professora da Universidade Columbia e uma das autoras do artigo, afirmando que estamos, na verdade, nos tornando mais sofisticados na tarefa de encontrar a melhor informação.

Com o título de "Os efeitos do Google na memória: as consequências cognitivas de ter a informação na ponta dos dedos", o estudo tem como base quatro experimentos realizados por três pesquisadores. Num deles, foi pedido a 60 alunos da Universidade Harvard que digitassem 40 sentenças com informações triviais e escolhessem quais deveriam ser salvas. O estudo concluiu que havia relação entre a falta de memória de certos estudantes e sua inclinação em salvar um número maior de frases.

Experiência de pesquisadora com filme de Ingrid Bergman inspirou estudo
Quando sabem que a informação pode ser facilmente acessada, as pessoas esquecem dela com mais facilidade, argumenta o trabalho:
"Estamos em simbiose com os nossos computadores, crescendo em meio a sistemas conectados entre si. Estamos nos tornando dependentes deles no mesmo grau em que dependemos de todo o conhecimento que adquirimos com nossos amigos e colegas de trabalho - e nós perdemos esse conhecimento se não temos acesso a eles", diz o estudo.

Segundo Betsy Sparrow, o trabalho transporta para a Era da internet a teoria da "memória transacional". elaborada há 25 anos por Daniel M. Wegner, psicólogo de Harvard e co-autor da pesquisa publicada hoje.

A tese de Wegner diz que grupos de pessoas dividem entre si, de forma orgânica, a tarefa de lembrar das coisas, de modo a não sobrecarregar a memória de todos.

A ideia para a pesquisa surgiu de uma experiência da professora Sparrow. Quando assistia à Ingrid Bergman em "À meia luz", de 1944, e quis saber o nome de uma das atrizes do elenco, recorreu imediatamente ao Google. Depois pensou: e antes da internet, como faziam para saber o nome de uma coadjuvante de um filme antigo? Raciocinou que sabiam quais eram as pessoas certas a quem perguntar (um amigo cinéfilo, por exemplo). Hoje, as pessoas também sabem a quem e de que forma perguntar: só que na internet.

Leia mais sobre esse assunto em O Globo



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